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... tenho a liberdade de escrever e deixar ler a quem interessar alguns poemas, fotografias, críticas e outras coisas.A efemeridade da vida e o seu processo cíclico, a efervescência dionisíaca da sociedade são assuntos que quero botar em discussão.Então...fiquem a vontade.

sábado, 29 de outubro de 2011

Da Efemeridade das Coisas

De sonho em sonho construi um castelo
Meu castelo de imaterialidades
Fluido, abstrato, surreal.
No castelo que construi existe um jardim de coisas inexistentes
Existem nele cores que eu nunca vi.
A mobília é feita de fumaça
As paredes transparecem a liquidez das coisas.
As escadas são feitas de nuvens e dão acesso ao andar atmosférico dos devires.
Em minha cama os lençóis são sopros de brisa.
Da minha janela vejo a paisagem bucólica de meu jardim
Mergulho no cheiro de terra molhada
Terra fértil de meu pensamento
Habito neste lugar há muito tempo
E penso que inexisto.

(em construção)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Para Ler De Manhã E À Noite



Aquele que amo
... Disse-me
Que precisa de mim.
Por isso
Cuido de mim
Olho meu caminho
E receio ser morta
Por uma só gota de chuva.

Bertold Brecht

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Milágrimas

Quando eu era criança, ouvi uma vez minha mãe dizer que quando chovia era porque o céu estava chorando de tristeza ou alegria.
Há algum tempo atrás, ouvi uma criança chamar as lágrimas de milagres.
Talvez as lágrimas tenham esse poder transcendental de transformar as coisas depois que caem.
A chuva transforma as sementes em colheita e o choro alivia o pesar da alma e a ressignifica.
Pensando dessa forma, quero chorar momentaneamente de alegria ou tristeza.
Quero também que chova, para que eu possa lavar meu rosto e minha alma com gotas de milagres.
Talvez a felicidade seja uma semente que leva muito tempo para germinar.

Devagar

Devagar faço coisas
Uma de cada vez
Olho ao redor
Meticulosamente.
À procura de teus braços
Por favor me abrace
Me beije outra vez
A estrada não anda boa
Há perigos à espreita.
Devagar com o carro
Tenho as rédeas do cavalo
Segure a minha mão
Meu amor, canso de  vagar
Com alma e pesado coração.
Pela vida há estradas estreitas
Também sinto seu penar
E se você quiser partir
parta
Mas não se esqueça de voltar.











quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A brisa fria da chuva soprou em meu rosto um ar de nostalgia...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Do Cotidiano das Coisas.



A chuva que cai persistente traz uma diversidade de coisas em minha memória
Caminho a passos lentos pelas ruas da cidade num dia de carnaval.
Tenho vontade de compartilhar afetos e ser afetado pelo coletivo de gente.
A troca de afeto é a afeta-ação cotidiana impregnada de história.
Integração é a doação de si mesmo ao outro.
Aprender de modo mais interessante a auto modelação: compreensão transcendental.
O cão na casa ao lado não para de latir o dia inteiro
A menina encontrou o amor de máscaras
O bailarino flutua no ar
Me faço palhaço arteiro
Do riso alheio faço o meu brincar.
Do vagabundo ao magnata
Vejo todas as caras
Chuvas de confetes caem sobre o homem nu
Como bençãos em forma de cascata.
O garoto brinca de ser o outro
História que é contada
Memória orgânica das coisas.
Das coisas que vejo: A busca
Das coisas que busco: Aprendo
Das coisas que aprendo: Realizo
Das coisas que realizo: Diversão
Vejo menino-eu caminhando sobre a chuva a passos lentos e persistentes
Vejo menino
Vejo eu
Vejo nada
Tudo vejo
Olho para o infinito e vejo possibilidades.


Jaqueline Souza