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... tenho a liberdade de escrever e deixar ler a quem interessar alguns poemas, fotografias, críticas e outras coisas.A efemeridade da vida e o seu processo cíclico, a efervescência dionisíaca da sociedade são assuntos que quero botar em discussão.Então...fiquem a vontade.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Coisa alguma

Por achar coisas demais
Não acho mais nada.
Quem pensa que acha alguma coisa
Acaba não encontrando coisa alguma.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Breve ensaio de pontos e cores

Do tempo das coisas simples difere do tempo real.
É outro tempo o tempo da imaginação da menina
As pequenas estações do tempo fogem a toda complexidade
Na primavera, árvores em vários tons  formam um bosque multicor, de suas copas brotam saladas de frutas.Todas as frutas.
Escorrem  marcas de dedos de seus troncos e galhos,por onde as lagartas saltam e ensaiam breves voôs  rasantes no ar de algodão doce.
No outono, folhas de asas de borboletas flutuam sobre o chão,
Na penumbra da árvore solitária,um sapo-rato passa pescando no ar mosquitos de queijo.
No inverno, cinza em pontos monocromáticos formam algumas nuvens no céu.
As nuvens formam diversos desenhos.
De repente, lá no alto uma torneira deixa derramar na terra cartas azuis.
Das cartas escorrem palavras de amor que fertilizam o mundo.
No verão,o vento carrega consigo uma delas
Chega até a caixa de correio,morada do pombo.
O sol aquece o solo.
Uma serpente faminta de si mesma se engole
Forma um ponto no chão.
A imaginação recomeça
Ponto de partida
Para a imaginação da menina a única regra é não haver nenhuma.

*Baseado na pintura de Gabriela