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... tenho a liberdade de escrever e deixar ler a quem interessar alguns poemas, fotografias, críticas e outras coisas.A efemeridade da vida e o seu processo cíclico, a efervescência dionisíaca da sociedade são assuntos que quero botar em discussão.Então...fiquem a vontade.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Adormeço

No meu quintal havia majares frutíferos de todo sabor, havia flores, cheiro de mato, de folhas caídas na poça dàgua: morada das formigas.
No céu todas as formas do universo, e o vento ( que era meu amigo) bailava o balanço de onde derramava  a chuva lilás que pintava o chão.
Era eu rainha-nua de roupa nova,trapezista dos velhos galhos da goiabeira.
Era espiã dos limites do quintal vizinho, onde arriscava-me nas fronteiras guardadas pelo monstro-cão.Um dia este me tirou um pedaço da carne.Mistura de sangue e saliva nos tornaram irmãos.
O monstro guardava a velha feiticeira:senhora das gestações.
Tomei posse da minha terra, construí castelos com as mesmas pedras que machucavam meus pés, descobri tesouros escondidos.
Ao entardecer, exausta das batalhas era embalada pela doce cantiga das cigarras:sinfonia ao pôr do sol.
Adormeço então e sonho ainda como a criança que adormece.

Pré amar


Mar repele
Mar é pele
Res- pirar
Trans-pirar
Pré- amar
Preamar.

Clara

Clara noite
Clara Lua
Clareou
Clareana
Luarou
A pele clara
Clara estrela
Noite clara
Rio
Claro e límpido
Riso
Só ria
Anna clara.