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... tenho a liberdade de escrever e deixar ler a quem interessar alguns poemas, fotografias, críticas e outras coisas.A efemeridade da vida e o seu processo cíclico, a efervescência dionisíaca da sociedade são assuntos que quero botar em discussão.Então...fiquem a vontade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Embriague-se Charles Baudelaire

Ainda sob o efeito das Dionisíacas, um poema em homenagem:





É preciso estar sempre embriagado.
 Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.


Mas de que? 
De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.


E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste do seu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, 
pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, 
a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, 
a tudo o que canta, a tudo o que fala, 
pergunte que horas são e o vento, a onda, a estrela,
 o pássaro, o relógio lhe responderão: 
"É hora de embriagar-se!
 Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se;
 embriague-se sem parar!
 De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser".

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